Um ano após a enchente histórica, Porto Alegre busca soluções para a crise habitacional

Um ano após a enchente histórica, Porto Alegre busca soluções para a crise habitacional

Um ano após as inundações que devastaram Porto Alegre, o prefeito Sebastião Melo avalia os desafios persistentes, com foco na complexa questão da habitação. As águas do Guaíba, que invadiram a cidade em maio do ano passado, deixaram um rastro de destruição e expuseram a vulnerabilidade da infraestrutura urbana. Em entrevista à Rádio Nacional e à Agência Brasil, Melo detalhou os esforços para reconstruir a cidade e proteger a população.

A prioridade, segundo o prefeito, é atender às necessidades de moradia da população afetada. Atualmente, Porto Alegre contabiliza nove mil laudos de imóveis destruídos pela enchente. O programa Compra Assistida do governo federal já realocou mil famílias, mas Melo reconhece que essa iniciativa é insuficiente para solucionar o problema em sua totalidade.

“Tem que ter uma outra solução, que é a solução da Minha Casa, Minha Vida”, afirmou Melo, destacando a necessidade de diversificar as abordagens para garantir moradia a todos os necessitados. Ele reconheceu que a resolução da crise habitacional será um processo demorado e complexo.

Além da questão habitacional, a prefeitura concentra esforços na recuperação e aprimoramento do sistema de proteção contra enchentes. As obras em andamento visam restaurar casas de bomba, fechar diques e reforçar o muro da Mauá, estrutura crucial para proteger o centro histórico da cidade. Melo enfatizou a importância de uma abordagem abrangente, que envolva toda a bacia hidrográfica do Guaíba, incluindo o desassoreamento de rios e obras nas cidades vizinhas.

Melo também abordou a necessidade de revisar o plano diretor da cidade, especialmente em relação ao zoneamento que permite construções próximas ao Guaíba. Ele defende a proteção de áreas já consolidadas e a implementação de medidas de segurança para evitar futuras tragédias. “O recado que eu tenho que mandar é o seguinte, é fazer obra, proteção de cheia na veia”, enfatizou.

Apesar dos esforços locais, o prefeito ressaltou a importância da colaboração entre os governos federal, estadual e municipal para garantir o futuro de Porto Alegre. Um fundo de R$ 6,5 bilhões criado pelo governo federal para projetos de enfrentamento a cheias no Rio Grande do Sul ainda aguarda a aprovação das propostas. Porto Alegre já submeteu projetos no valor de R$ 700 milhões, mas ainda não obteve resposta.

“A crise nos traz dores, perdas, mas nos traz a oportunidade de fazer o Rio Grande melhor, uma cidade melhor”, concluiu Melo, expressando otimismo em relação à reconstrução da cidade. As enchentes de 2024 afetaram 30% do território de Porto Alegre, impactando a vida de 160 mil pessoas e 45 mil empresas.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br

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