Manufatura dos EUA em Declínio: Tarifas Aprofundam Crise em Abril

Manufatura dos EUA em Declínio: Tarifas Aprofundam Crise em Abril

A indústria manufatureira dos Estados Unidos enfrenta um período desafiador, com uma contração ainda mais acentuada em abril. O aumento das tarifas sobre importações tem exercido pressão sobre as cadeias de suprimentos, elevando os custos dos insumos e impactando negativamente o setor.

O índice de Gerentes de Compras (PMI) industrial, divulgado pelo Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM), registrou uma queda para 48,7 em abril, abaixo dos 49,0 observados em março. Este resultado indica uma contração contínua na manufatura, que representa uma parcela significativa de 10,2% da economia americana. Economistas consultados pela Reuters já previam um recuo, mas a situação se mostra mais grave.

“Um PMI abaixo de 50 indica contração no setor manufatureiro”, ressalta o relatório do ISM, evidenciando a fragilidade do cenário atual. A pesquisa abrangeu o período de implementação das tarifas anunciadas pelo governo de Donald Trump, que impôs impostos abrangentes sobre as importações de diversos parceiros comerciais dos EUA, incluindo um aumento de tarifas sobre produtos chineses, desencadeando uma tensa guerra comercial com Pequim.

A dependência da indústria manufatureira em matérias-primas importadas a torna particularmente vulnerável às políticas tarifárias. A segunda queda mensal consecutiva do PMI interrompeu uma breve recuperação impulsionada pelas expectativas de um ambiente regulatório mais favorável e cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed). No entanto, a realidade se mostrou mais desafiadora.

Embora a pesquisa não tenha indicado um aumento nas importações no mês passado, o temor de preços mais altos devido às tarifas pode ter incentivado as empresas a antecipar pedidos. Essa estratégia, por sua vez, contribuiu para um aumento nas importações que impactou o Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre. Em contrapartida, o subíndice de novos pedidos apresentou uma leve melhora, subindo para 47,2 após a queda para 45,2 em março.

O desempenho das entregas dos fornecedores também piorou, com o índice de entregas do ISM saltando de 53,5 para 55,2 em abril, indicando um ritmo mais lento nas entregas. Paralelamente, a medida dos preços pagos pelos fabricantes por insumos atingiu o nível mais alto desde junho de 2022, sinalizando uma recuperação nos preços dos produtos após uma breve queda em março.

O setor manufatureiro continuou a reduzir postos de trabalho, embora em um ritmo menos acelerado. O índice de emprego na indústria subiu de 44,7 em março para 46,5 em abril, indicando uma desaceleração no ritmo de demissões, mas ainda refletindo a difícil situação enfrentada pelas empresas do setor.

Fonte: http://www.infomoney.com.br

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