Execuções de ex-PMs em Curitiba podem ter vínculo com tráfico

A Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) está investigando as mortes de dois ex-policiais militares em Curitiba, ocorridas em um intervalo de menos de duas semanas, para determinar se há vínculos entre os crimes. A execução de Anderson Lobrigatte, de 38 anos, na manhã de sexta-feira (17), levanta a suspeita de conexão com o assassinato de Marcelo Araújo Saladini, de 33 anos, que foi morto em 5 de janeiro.
Lobrigatte foi alvo de uma intensa rajada de tiros, com mais de 100 disparos, em frente a um condomínio no bairro Capão Raso. A perícia encontrou cápsulas de fuzis de uso restrito no local. Segundo o delegado Thiago Filgueiras, Lobrigatte estava em um carro semiblindado e foi abordado por indivíduos em uma moto ao deixar uma mulher em casa.
Durante a ação, a mulher sofreu um tiro na perna, mas não era o alvo principal do ataque.
Saladini, por sua vez, foi executado em sua residência por dois homens que o abordaram, sendo atingido por cerca de 50 tiros. A morte de Saladini ocorreu em um cenário parecido, o que intensifica os esforços da polícia para entender a possível relação entre os dois casos. Ambos os ex-PMs foram expulsos da corporação, com Lobrigatte saindo em 2021 e Saladini em 2022, o último sob investigação por tráfico de drogas e homicídio.
O delegado enfatizou que, embora a polícia já tenha uma linha de investigação em relação à morte de Lobrigatte, os detalhes ainda precisam ser mantidos em sigilo para não prejudicar as apurações. Ele ressaltou que a quantidade de disparos indica se tratar de uma execução e que a equipe está diligentemente investigando as relações emergentes entre os casos.